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sábado, 3 de dezembro de 2011

Principais Conceitos - Unidade 03

DESIGUALDADES RACIAIS E REALIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA: UMA ANÁLISE DAS MUDANÇAS.

    Esta unidade aborda o tema das Desigualdades raciais e a realização socioeconômica e apresenta indicadores sociais, possibilitando a demonstração dos principais aspectos que pautam este debate.
    Analisa que o tema da igualdade está cada vez mais presente nas lutas políticas e nos movimentos sociais, no entanto, a realidade na qual estamos inseridos é marcada pela realidade da desigualdade, que é impulsionada e reproduzida pelo modelo capitalista. Dessa forma, o tema da desigualdade é relacionado à questão da estratificação social, ou seja, ao complexo de instituições sociais que geram desigualdades, definidos enquanto os trabalhos, as ocupações e os papéis sociais que os membros da sociedade desempenham.
    O tema da desigualdade está relacionado à forma de distribuição dos recursos financeiros. Desta forma, é necessário analisar a desigualdade desligada da questão de pobreza, mas vinculá-la à questão das oportunidades e dos seus efeitos.
    Esta unidade analisa ainda o tema da desigualdade através do levantamento de dados da população brasileira, demonstrando que os indicadores sociais têm assumido grande importância no estudo das desigualdades raciais ao permitirem o desenho de políticas públicas destinadas à questão da raça.
    Enfatiza o papel da educação no processo de reprodução da desigualdade, destacando os efeitos da inserção tardia do Brasil na promoção de políticas públicas para a redução dos altos índices de analfabetismo. Estes índices são ainda mais ascentuados entre negros e pardos, o que ao longo dos anos contribuiu para acessos desiguais desses grupos na sociedade. No entanto, há nos últimos anos, o aumento de negros e pardos no Ensino Superior, resultado das recentes políticas de inclusão no Brasil, que desenvolvem ações como políticas de cotas e cursinhos comunitários.
    Esta unidade demonstra também, o mercado de trabalho como um local privilegiado para se observar as desigualdades e, sobretudo, a transformação destas em outras desigualdades. Neste âmbito as desigualdades são expressas por meio das remunerações, dos assalariados, do desemprego, do trabalho doméstico, do acesso a ocupações mais valorizadas, dentre outras variáveis.
  Traz ainda a articulação entre cor, sexo e classe, com ênfase para as condições socioeconômicas das mulheres negras na educação e no mercado de trabalho.
    No âmbito educacional, as mulheres têm apresentado um desempenho melhor do que os homens. No entanto, as taxas de analfabetismo continuam maiores entre a população negra, sendo que o acesso ao nível superior é menor entre os homens negros
   No mundo do trabalho a participação feminina se tornou maior, a partir da expansão educacional e do processo de industrialização ocorrido no país. As ocupações de nível superior são predominantemente brancas, enquanto que a prestação de serviços são predominantemente ocupadas por mulheres negras provenientes das classes mais pobres, onde configuram-se baixos salários e um grau de informalidade.
     Diante do que foi apresentado nesta unidade, é possível compreender que os indicadores sociais tem sido cada vez mais utilizados no cenário brasileiro para o desenho de políticas de inclusão, tanto no aspecto social, seja por meio dos programas sociais, como no aspecto educacional, mediante ao estabelecimento de cotas para acesso da população negra ao ensino superior.
    Observa-se pela necessidade de políticas públicas que garantam o acesso de crianças, adolescentes e jovens negros à educação, sendo esta entendida como estratégia imprescindível para a redução das desigualdades, uma vez observado em nível local, que é grande a evasão escolar e o número de jovens que chegam aos 18 anos sem a conclusão do Ensino Médio. Desta forma, considera-se importante que haja ações, estabelecidas mediante a interlocução da análise dos indicadores sociais, da parceria entre governo estadual, federal, família e escola, a fim de garantir que jovens, principalmente pertencentes ao grupo negro, tenham acesso a grandes oportunidades de crescimento pessoal, social e econômico. 

Bibliografia:
Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça – GPP – GeR: módulo III/ Unidade 03. Orgs. Maria Luiza Heliborn, Leila Araújo, Andreia Barreto. Rio de Janeiro; CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010.

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